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MENSAGENS DA PRESIDÊNCIA DA ACE

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Nota da ACE sobre acidente na Construção em Caçador

09 de abril de 2021

A ACE, Associação Catarinense de Engenheiros, vem de público lamentar o grave acidente ocorrido neste dia 9 de abril no centro da cidade de Caçador. Em primeiro lugar, queremos nos solidarizar com os operários que ganham sua vida num ambiente convencionalmente aceito e percebido como insalubre, mesmo internacionalmente; as condições de trabalho em todos os países (já participei de grupos de trabalho em TGs do CIB e em eventos fora do Brasil) são inerentemente precárias. Entretanto, classifico como nossa missão, mesmo aqueles que não se formam especificamente como Profissionais da Segurança do Trabalho, como de construir o bem estar da sociedade e que isto comece já durante a concretização dos sonhos dos proprietários, ou seja, no período da construção.


A ACE não admite que sobre o conforto e bem estar que a engenharia e todos os demais profissionais do Sistema CONFEA CREA geram para sociedade sejam feitos sobre o infortúnio dos seus trabalhadores! Esta pauta deve ser lembrada sempre.


Houve quem reportou o acidente dizendo que foi o prédio todo quando se olha e vê que é uma laje cujo escoramento cedeu durante a concretagem.  Temos a lamentar também a intranquilidade das famílias dos envolvidos e a da localidade onde este (e infelizmente outros) evento ocorreu ao se noticiar de modo alarmante. A imprensa deveria buscar o apoio de técnicos para subsidiar o noticiário. A presidência da ACE nunca se furtou em subsidiar qualquer modalidade de imprensa (escrita, falada e televisada) sobre quaisquer assuntos de natureza técnica. Mas, a imprensa livre caracteriza a democracia, nunca pronta, mas sempre em construção com nosso auxílio.


Aqui no Brasil não se obrigava nos cursos de engenharia civil o cálculo do escoramento com o devido projeto executivo.  Somente a partir de 2009 tivemos a NBR 15696 que trata de Projeto de Formas e Escoramento. Por não termos esta tradição técnica, talvez seja o motivo de acontecer muitos escoramentos cederem, pois o concreto tem uma densidade mais de duas vezes a da água, sem contar o peso das armaduras, da madeira e do pessoal acomodando a massa, vejam a norma com os respectivos valores,nunca menos de 400 kg/m2.


Muito revoltante, se repete, ver os trabalhadores se arriscarem no trabalho (já insalubre) e neste evento trágico vê-los cair junto com o material das formas, ferragens, madeira, concreto. Que formemos grupos de trabalho no sentido de ajudar as empresas de construção a reforçar a vigilância quanto a projetos de escoramento com qualidade compatível com a dignidade humana; assim como, uma cruzada de conscientização das instituições de ensino superior acerca deste problema.


Florianópolis, 9 de abril de 2021


Prof Roberto de Oliveira, PhD

Engenheiro Civil – Reg 3877 CREA SC

Presidente da ACE, nos seus 87 anos de luta pelas causas catarinenses

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