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HISTÓRIA DA ACE

ACE – Associação Catarinense de Engenheiros - o grande órgão emulador

Fundada no ano de 1934, a ACE traz no pioneirismo uma de suas principais marcas. Sob o signo da Nova Constituição Brasileira, votada e promulgada naquele ano, a ACE representava a percepção da sociedade quanto aos direitos individuais e da necessidade de lutar, em conjunto, pelos pleitos coletivos das diversas classes profissionais. O associativismo vivia dias de grande impulso e, em terras catarinenses, 26 engenheiros se unirampara fundar uma entidade que os representasse: surgia a ACE. Esse foi o embrião de todo o sistema organizacional da engenharia em Santa Catarina, sendo originários dessa iniciativa a formação do CONFEA, do CREA e dos Sindicatos de classe. Todos os movimentos que hoje fortalecem a respaldam o exercício da engenharia em Santa Catarina, e seu reflexos na sociedade catarinense tem a sua origem no mérito da criação da ACE. Desde a fundação aos dias atuais são 80 anos de profícuo trabalho em prol do engrandecimento da profissão e dos seus profissionais.

1994 a 2004

Tempo de mobilizar

Presidentes dessa década:

Celso Francisco Ramos Fonseca

Valmir Antunes da Silva

Nelson Bittencourt

O ano era 1995 e a telefonia celular começava a despontar no Brasil. Durante uma palestra na sede da ACE, o engenheiro Laércio Aniceto Silva, então chefe do Departamento de Telefonia Celular da Telesc, afirmou que a empresa deveria instalar nos próximos meses mais 40 mil telefones móveis. Segundo ele, até o final daquele ano, cerca de 100 mil celulares deveriam estar em funcionamento no Estado. Em contrapartida, explicara na ocasião que já havia 160 mil pré-inscritos, que aguardavam uma habilitação para uso do serviço.

Em Maio daquele ano de 1995, cumprindo compromissos assumidos, a diretoria da ACE investiu na compra de mais um microcomputador, impressora, além de softwares de apoio administrativo. Foram adquiridas também mais 12 mesas, 148 cadeiras de mogno e 196 cadeiras em PVC para atender ao grande número de pessoas que buscavam frequentar os cursos e debates realizados na ACE. Também foram instalados onze exaustores eólicos no salão principal e no restaurante (que abria diariamente para o almoço) e três aparelhos de ar condicionado nas áreas administrativas. Aquele foi também o mês em que eleições ordinárias elegeram Celso Francisco Ramos Fonseca como novo presidente da ACE. Em um dos seus primeiros atos, o novo presidente determinou que a ACE se engajasse na campanha de divulgação do Tele-Acidentes, um novo serviço telefônico recém idealizado pelo SENGE/SC (Sindicato Engenheiros de Santa Catarina). Uma palestra proferida pelo coordenador do mesmo serviço no Estado de São Paulo, engenheiro Celso Athiensa, prestou esclarecimentos deste serviço gratuito cujo objetivo era atender denúncias de situações de trabalho com potencialidade de causar acidentes e contribuir na prevenção destes. A medida foi tomada em virtude de terem sido registrados, apenas no ano anterior de 1994, 5.000 mortes por ano no Brasil, vítimas de acidentes de trabalho.

Em Setembro de 1995 a ACE promoveu o primeiro workshop sobre Internet e comunicação de dados. Durante o evento houve uma palestra sobre BBS (Board Bulletin System), Rede de Dados Lantastic e Novell, além de Internet. Atuaram como expositores os fabricantes de Fax/modens, software de comunicação, suprimentos, micros, livros e revistas. Também nesse mesmo mês a entidade, em parceria com o IAB/SC – Instituto de Arquitetos do Brasil e o Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção, promoveram nas dependências da ACE o seminário “Prevenção contra Incêndios em Edificações”, que teve o objetivo de, em conjunto com o Corpo de Bombeiros e Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos de Florianópolis, encontrar a melhor maneira de tratar o tema prevenção de incêndio com muita atenção a fim de evitar as tantas controvérsias hoje existentes.

O final deste ano de 1995 registrou a ocorrência de uma catástrofe em Florianópolis, com enchentes e grande destruição. Isso levou a diretoria da ACE a organizar, no início do ano seguinte, um seminário sobre as enchentes e deslizamentos em encostas na região da Grande Florianópolis. Foram discutidos problemas tais como ocupação inadequada do solo da capital, o papel dos órgãos públicos, da iniciativa privada e sociedade civil em geral, a falta de infra-estrutura sanitária e urbana, falta de conscientização da população, incapacidade do Poder Público e a ineficiente ação preventiva que amenizariam os efeitos das intempéries. A ACE imediatamente planejou estender os debates acerca deste assunto para outras regiões também castigadas pelos efeitos destrutivos das chuvas.

Em Janeiro de 1996 o engenheiro sanitarista catarinense, Henrique Vieira Ferrari foi nomeado pelo Ministro da Previdência e Assistência Social, Reinhold Stephanes, Coordenador Geral de Engenharia e Patrimônio do INSS. Ferrari comentou na ocasião: “é mais um desafio em minha vida profissional que vou enfrentar com determinação e trabalho”.

A década de 1990, a última do Século XX, veio com uma grande revolução tecnológica. Dizem os estudiosos que a tecnologia humana avançou mais nessa década do que em toda a sua história pregressa. Essa grande virada, porém, cobrou seu preço. Também bateram recordes os índices de doenças provocadas por stress e depressão. A maior parte dos conceitos relativos ao trabalho e as profissões foi revolucionado e transformado de uma hora para a outra, significando a necessidade de adaptação, em um nível absurdamente rápido, da maior parte da sociedade humana. Por outro lado o Brasil experimentaria, nessa década, um período de crescimento e estabilidade econômica, sob a liderança do Presidente Fernando Henrique Cardoso, primeiro da história brasileira a ser reeleito. Alguns fatos importantes dessa década, no âmbito da engenharia e da vivência associativa da ACE foram:

Abril 1996 – A UFSC em conjunto com a ACE e demais entidades ligadas à área coordenaram o Congresso Técnico-Científico de Engenharia Civil no Hotel Maria do Mar em Florianópolis. Durante o evento foram divulgados trabalhos de pesquisa e aplicação prática. Foi aberto a todos os profissionais, pesquisadores e professores que discutiram, divulgaram e contribuíram para inovações na área. Paralelamente ocorreu uma feira sobre as últimas novidades no campo da Engenharia Civil nos segmentos de projetos, construção e planejamentos. Enquanto isso, a ACE dava continuidade a sua estratégia de estabelecer convênios com prestadores de serviços que pudessem trazer benefícios diretos aos seus associados. Naquele período foram formados convênios com a Clínica Médica Dr. CasuoIshimine, Bunny’sRutini Ind. Com. e Representações Ltda., Radiograf – Radiologia Odontologia, Consultório de Nutrição, Touring Club do Brasil, Sul América Seguros, Cemic Vídeo, Centro de Bio Imagem – CBI.,Savi Joias Comércio Ltda., Farmácia Ganzo, Farmácia Central, Marina’s Palace Hotel e Hoepcke Administradora de Consórcios Ltda. Também foram estabelecidos termos de intercâmbio com o Instituto de Engenharia do Paraná e com a Sociedade de Engenharia do Estado do Rio Grande do Sul.

Ainda em abril de 1996, um incêndio destruiu por completo os laboratórios do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental na UFSC. No mesmo prédio funcionavam os laboratórios do curso de Engenharia Civil, igualmente destruídos. Vários convênios nacionais e internacionais foram afetados interrompendo as aulas de aproximadamente 300 alunos. O sinistro causou danos irreparáveis aos mestrados de Pós-Graduação, destruindo livros e equipamentos sofisticados como os cromatógrafos.

Maio 1996 – A ACE recebeu jornalistas de todos os veículos de comunicação para um jantar em comemoração aos 62 anos da entidade. Na oportunidade, representantes da imprensa receberam um troféu em homenagem ao incentivo prestado à entidade, através da divulgação de seus principais fatos. O presidente da ACE, engenheiro Celso Ramos da Fonseca, visitou as redações dos jornais Diário Catarinense e O Estado, além da RBS/ TV.

Junho 1996–A Diretoria da ACE, Conselho Diretor e Fiscal e associados reuniram-se em Assembleia para apreciação dos relatórios da Diretoria Executiva, balanço patrimonial e demonstrativo de receitas e despesas. Destacou-se o grande número de eventos promovidos, participações e visitas técnicas em obras importantes como na Via Expressa Sul, além de atividades sociais. Na ocasião foi elaborado um relatório sobre a real situação da engenharia catarinense e propostas para reverter a crise pela qual o setor vinha passando.

Agosto 1996 – Em cumprimento ao que determina a legislação eleitoral do Sistema CONFEA/CREAs, o engenheiro Celso Francisco Ramos Fonseca se licenciou oficialmente da presidência da ACE para concorrer à presidência do CREA-SC na eleição de outubro de 1996. Indicado pela ACE, Celso teve seu nome ratificado por todas as entidades que integram a Unidade Catarinense. O engenheiro Carlos Bastos Abraham, vice-presidente, assumiu a presidência da entidade prometendo dar continuidade às atividades programadas.

Março 1997 – Realizado na sede da ACE o Seminário de Contenção de Encostas em Florianópolis, com a presença da prefeita Angela Amin e outras autoridades estaduais e municipais. O evento apontou soluções da engenharia para a solução de diversos problemas e revelou a importância da integração entre Poder Público e a comunidade. À noite a ACE promoveu jantar dançante tendo como atração o Grupo Folclórico Arcos de Biguaçu.

Abril 1997 – Lançamento da homepage da entidade, contando com a presença de autoridades, associados e ilustres convidados. O vice-governador foi representado pelo engenheiro Valter José Gallina, gerente do 9º Distrito Rodoviário do DER/SC. Esse meio de comunicação, objeto dos novos tempos, poderá ser usufruído por todos, particularmente pelos associados, que terão mais facilidade no acesso às informações ligadas a classe.

Maio 1997–O engenheiro Celso Ramos Filho, ex-presidente e conselheiro da ACE recebeu título de Cidadão Honorário de Florianópolis, concedido pela Câmara de Vereadores. Em outra cerimônia, o governador de Santa Catarina assinou decreto de tombamento da Ponte Hercílio Luz como patrimônio do estado.

Junho 1997 – Em solenidade concorrida, que registrou a presença de várias autoridades e profissionais procedentes de empresas de todo o estado, o presidente Celso Francisco Ramos Fonseca, reeleito, e a sua nova Diretoria, tomaram posse com a promessa de que a engenharia continuará sendo muito valorizada.

Julho 1997 – Mais uma vez a ACE teve importante participação nas questões referentes à duplicação da BR – 101. O processo que deu origem ao lançamento do edital de licitação para elaboração de estudos e projetos no segmento sul dessa rodovia, entre Florianópolis e Osório (RS) teve como precursor o movimento liderado pela ACE, que em parceria com a ACECON não mediu esforços para sensibilizar o Ministro dos Transportes e o Diretor geral do DER.

Setembro 1997–Realizado na sede da ACE o Seminário sobre trânsito em Florianópolis que busca alternativas para minimizar o caótico trânsito da capital. A constatação foi a falta de um transporte coletivo eficiente e a limitação geográfica da ilha de Santa Catarina. Entre as obras que podem amenizar essa situação estão a conclusão e execução da Via Expressa Sul e túneis rodoviários, SC 401, a Beira Mar Continental Norte e Sul, abertura da ponte Hercílio Luz para travessia de transporte de massa, etc.

Outubro 1997 – A ACE e a Fundação Pró-Florianópolis promoveram o II Seminário sobre a Ponte Hercílio Luz. O evento que teve apoio da UFSC, contou com a participação de diversas autoridades e especialistas além da imprensa. A polêmica em torno da recuperação da ponte, graças a luta e a determinação de ACE, que buscou a discussão do tema em todos os segmentos da sociedade e apontou soluções alternativas para o efetivo trabalho de restauração, parece ter cedido espaço a ações concretas. Participaram do projeto a UFSC e Consórcio Steinman/Esteio em parceria com o DER/SC.

Novembro 1997 – A prefeita Ângela Amin, acompanhada do senador Espiridião Amin, deputados, vereadores, secretários, empresários, diretoria da ACE e convidados, entregou na sede da associação em Florianópolis, ordens de serviço a empreiteiras de Santa Catarina vencedoras de concorrências, para asfaltamento de 11 vias públicas da capital. O presidente da ACE, Celso Fonseca fez questão de agradecer o enaltecimento da prefeita a engenharia catarinense.

Maio 1998 – Com o apoio de empresas como a Petrobrás, Paraná Equipamentos, Consórcio OAS/Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez, Sotepa, Prosul, Consórcio TCTB, Solo Armado, Motormac/Bidim, Solum Engenharia e Geologia e Este Industrial e Comercial, muitos delas com montagem de estande na sede para expor seus produtos, a ACE promoveu com absoluto sucesso o seminário “Modernas Técnicas Rodoviárias”, evento que reuniu mais de 250 profissionais. Houve também visitas técnicas a vários trechos da duplicação da BR 101.

Setembro 1998–o presidente da ACE, engenheiro Celso Fonseca, colegas de classe, autoridades, familiares e convidados participaram da comemoração do 90º aniversário do fundador do SENGE/SC e um dos fundadores da ACE, engenheiro João Eduardo Moritz. Foram prestadas homenagens ao Dr. Moritz pelo trabalho sério e honesto que desempenhou em prol da engenharia catarinense ao longo de sua atividade profissional.

Novembro 1998 – Aconteceu no Centro de Convenções do Hotel Castelmar em Florianópolis, o 3º Encontro Ibero-Americano de Unidades Ambientais do Setor de Transportes. O vice-presidente da ACE, engenheiro Valmir Antunes da Silva, coordenador e um dos palestrantes assegurou uma maciça participação de profissionais do setor e estudantes interessados em aprender novas e modernas técnicas. O objetivo do encontro foi difundir experiências de gestão ambiental de instituições, empresas e consultores do setor de transportes.

A projeção obtida pelo Vice-Presidente da ACE, Valmir Antunes da Silva, já apontava para a sua futura eleição como Presidente da entidade, fato que se efetivou em maio de 1999, no alvorecer do próximo milênio. As duas gestões do presidente Celso Francisco Ramos Fonseca haviam sido marcadas por realizações e muito trabalho. A promoção de seminários sobre temas envolventes e participativos, de cursos voltados ao profissional de engenharia, a parceria com o Poder Público na busca de soluções, a igual tendência com a iniciativa privada, a apresentação de palestras e aulas ministradas por autoridades de credibilidade institucional marcaram esse prodigioso período, sempre procurando valorizar a classe, além de diversas atividades recreativas, sociais e esportivas. No dia em que a ACE comemorou 65 anos a nova diretoria tomou posse, num clima marcado pela cortesia, democracia e congraçamento. Com 147 votos contra 45 da chapa da oposição, a chapa 1, “ACE para o novo milênio”, encabeçada pelo engenheiro Valmir Antunes da Silva, venceu as eleições, obtendo 76,5% dos votos. A expressiva votação fez Valmir, presidente eleito, prever o dobro de responsabilidade para o próximo biênio.

Apreciador de congraçamentos e reuniões festivas, foi na gestão de Valmir Antunes da Silva que foi criado o ACE Gourmet. O engenheiro civil Leonardo Lorenzo Redaelli idealizou, o engenheiro Átila Ramos criou a logomarca, e assim a ACE nasceu para a gastronomia. O programa previa a realização mensal de um jantar nas dependências do Sucata Bar, quando um ou mais associados assumiam o fogão e preparavam pratos deliciosos, fugindo um pouco da trivialidade. Uma oportunidade que a entidade oferecia aos seus amigos e associados para degustarem pratos refinados, enquanto colocavam a conversa em dia em um espaço agradável e informal.

Em Outubro de 1999 Valmir Antunes da Silva esteve presente na sede da FIESC onde foi discutido o Plano Plurianual de Ações – PPA do governo federal. Foi uma oportunidade ímpar para manifestações, cujo enfoque apontou a cobrança pela não inclusão de projetos considerados prioritários, bem como os valores reservados ao Estado em detrimento do montante total do orçamento. Também foi apontada a preocupação de diversas as entidades estaduais presentes no que diz respeito ao crescente índice de acidentes rodoviários em Santa Catarina. Ainda naquele mês a ACE debruçou-se sobre os graves problemas que acometiam a TELESC, sem imaginar que em breve tudo mudaria na telefonia. Fechamento de lojas de atendimento ao público, desconsideração com as empresas catarinenses para elaboração de projetos, fornecimento de equipamentos e mão-de-obra, descaso com a tecnologia desenvolvida por catarinenses, tensão criada entre os profissionais que ainda restavam na empresa, reflexos de uma privatização em que o social não valia absolutamente nada, apesar da telefonia ser um serviço que deveria ser voltado para a sociedade. A ACE estava atenta aos problemas que pudessem afetar seus associados, muitos dos quais desenvolviam atividades profissionais na área da telefonia, e junto a TELESC.

Mas nem só de notícias desagradáveis vivia-se naquele momento. A classe de engenheiros catarinense comemorou a construção do Túnel rodoviário do Morro do Boi ,o primeiro de Santa Catarina e o Diretor de Atividades Culturais da ACE, engenheiro e artista plástico Átila Alcides Ramos, criou dentro da sede da ACE o Espaço Cultural, destinado a reunir pelo menos a cada trinta dias trabalhos em pintura, desenho ou cartuns de artistas plásticos catarinenses. A exposição inaugural foi de cartuns do próprio Átila, mostrados antes de uma suculenta paella preparada e servida pelos engenheiros Anibal Borin e Lafayeti Queiroz.

No final da década, mais especificamente no ano de 1999 a classe de engenheiros pode comemorar a criação do curso de Engenharia de Materiais na UFSC, seguido no ano seguinte pelo de Sistemas de Informação. Foi também nesse período que a ACE criou uma diretoria de representação estudantil, com a apresentação regular de palestras nas universidades, em particular UFSC e Unisul. Os estudantes passaram a ser convidados a fazer parte da entidade como sócios não pagantes até a conclusão do curso, como forma de estabelecer um elo que, posteriormente, viria a se transformar na filiação oficial, fortalecendo dessa maneira a entidade em seus laços associativos. Esse período foi marcado também pelo forte envolvimento político da ACE nas eleições para as presidências do CREA e do CONFEA, bem como na FEBRAE – Federação Brasileira de Associações de Engenheiros, da qual a ACE havia sido co-fundadora em 1937.


O ano de 1999 encerrou com a realização do 10º Congresso Brasileiro de Engenharia Civil. A ACE e demais entidades da classe tudo fizeram para que o evento se concretizasse e os objetivos fossem atingidos. O brilhantismo se deveu basicamente a participação dos congressistas, conferencistas, apresentadores de trabalhos técnicos, expositores, convidados, patrocinadores e colaboradores. Foi marcante também o apoio recebido da Prefeitura de Florianópolis, secretarias, DER/SC e da UFSC.

O ano de 2000 iniciou com muitas atividades, efervescência cultural e corporativa. Em março, numa promoção da ACE, Conselho Regional de medicina CREMESC, Ministério Público de Santa Catarina e Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Santa Catarina, foi realizado o Fórum Catarinense pela Preservação da Vida no Trânsito com reuniões periódicas entre vários segmentos do Estado. O fórum visava garantir a segurança de motoristas e pedestres nas vias urbanas e rodovias do estado, atuando em questões técnicas, operacionais e legais relativas ao assunto.

Já em 2001, os eventos de maior destaque foram, respectivamente, a palestra “Concreto Dosado em Central”, proferida pelo engenheiro civil José Luiz da Silva. O evento reuniu mais de 250 pessoas, entre construtores, arquitetos, engenheiros e estudantes na sede da ACE. Em novembro a ACE promoveu o 3º Seminário Nacional de Modernas Técnicas Rodoviárias. O evento aconteceu no Centro-Sul, em Florianópolis, paralelamente a 33ª Reunião Anual de Pavimentação. O objetivo era discutir temas técnicos, apresentar novas tecnologias e divulgar conhecimentos que incluíam desde proteção ao meio ambiente e segurança nas estradas, até perspectivas futuras para o setor de transportes.

Ao apagarem-se as luzes de2001 e para comemorar o dia do engenheiro e do arquiteto, a ACE promoveu uma semana de confraternização e esportes, programada para terminar com um animado jantar dançante na própria sede da entidade.

Nos últimos 30 anos a ACE desenvolvera atividades, com galhardia, na sua sede própria localizada à Praça da Bandeira. Porém nessas três décadas a entidade experimentara fantástico crescimento e fortalecimento, tendo se transformado num ícone da engenharia catarinense. Tamanha expansão transformara a sede, construída há tanto tempo com o denodado esforço de uns poucos pioneiros, e posteriormente reformada há uma década, num espaço algo tímido para a atual projeção da entidade, bem como para a extensa pauta de acontecimentos que faziam parte do seu calendário normal. Desde que assumira, o engenheiro Valmir Antunes da Silva captara uma vontade que, há algum tempo, rondava a cabeça de muitos associados, notadamente os que vinham ocupando cargos diretivos. O Presidente percebeu que deveria enfrentar o desafio de dotar a entidade de uma nova sede. Esse desejo, um reflexo da vontade da maior parte do corpo associativo, dizia respeito à limitação atual da antiga sede. A grande ajuda, por assim dizer o maior “empurrão” recebido para que isso acontecesse foi o interesse do Tribunal de Contas do Estado, vizinho da sede da ACE, em adquirir aquela área para expandir-se. Um verdadeiro namoro iniciou entre as duas entidades, com propostas de parte a parte, até que a proposta foi efetivada: o TCE oferecia 2,3 milhões pela propriedade da ACE. De posse dessa proposta, era hora de consultar a entidade. Tamanha responsabilidade precisava ser dividida com todo o corpo associativo, sob pena de causar transtornos futuros. A primeira consulta foi feita em reunião de diretoria. O primeiro passo seria a concordância dos colegas imediatos, que dividiam a responsabilidade diretiva. Obtida a aprovação nessa instância, a diretoria como um todo buscou aprovação dos conselhos e, obtendo deles igualmente a concordância para seguir com o negócio, foi convocada uma Assembleia Geral. O resultado foi a aprovação unânime, com apenas uma ressalva: que se encontrasse um imóvel compatível com as necessidades da associação e cujo valor permitisse a implantação de uma nova sede, agora adequadas às atuais necessidades de uma entidade que crescera em importância e tamanho. Valmir Antunes da Silva recorda-se perfeitamente desse período e narra àquela experiência: “Lembro-me com clareza do anúncio que vi nos classificados de um jornal local: Terreno com aproximadamente 2.000 m2, galpão e casa, no valor de R$ 850.000,00. Numa ensolarada manhã de domingo, fui até o local e fiquei deslumbrado. Era uma área próxima as cabeceiras das Pontes Ivo Silveira e Colombo Salles, no Bairro de Coqueiros, de frente para o parque. Uma vista maravilhosa, que certamente jamais nos seria tirada. De pronto imaginei a nova sede da ACE naquele local e emocionei-me ao constatar que, finalmente, havíamos encontrado o nosso lugar!"

No dia 15 de janeiro de 2003 a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina aprovou o projeto autorizando o TCE a comprar a propriedade da ACE na Praça da Bandeira, sancionado pelo Governador Luiz Henrique da Silveira. Os demais procedimentos correram céleres, efetivando o negócio. Quando a compra foi assinada, foram convidados como testemunhas o Ex-Governador Ivo Silveira, que doara o terreno à ACE e um dos próceres da entidade, engenheiro João Eduardo Moritz, que presidira a entidade de 1950 a 1952, e sempre fora um lutador pelas causas da engenharia catarinense.

Segundo o então Presidente Valmir Antunes da Silva: “Não se tratava de uma simples mudança de endereço, mas de uma proposição à altura da ACE, do que ela fez pela engenharia, pelo desenvolvimento do Estado, pela sociedade. Tudo isso nos moveu e fortaleceu nosso envolvimento, de corpo e alma, na construção do que hoje é a realidade da entidade, materializada no empenho e na vontade de todos os nossos associados e principalmente daqueles que lideraram a entidade ao longo das décadas. A nova sede da ACE não se tratava apenas de um projeto físico, era e continua sendo a construção de um projeto de ações.”


Em maio de 2003 a presidência da ACE passou para as mãos do engenheiro Nelson Bittencourt. Como bem definiu Marco Antônio Arantes no livro ACE 75 anos de história, lançado em 2009 em alusão à festiva data, “o presidente eleito teve uma verdadeira administração de engenheiro – um mandato de obra. Do restante da aquisição do terreno seria impensável construir-se o que se construiu, mas, confiante em que teria o apoio dos associados, dos empresários da engenharia e dos fornecedores do setor, Bittencourt tampouco deixou por menos: se era para fazer a sede definitiva da ACE, então nada de embrião inicial para puxadinhos posteriores; cumpria aceitar o desafio em escala um por um e adequar à obra as necessidades da ACE e entidades parceiras, inclusive com os olhos postos no futuro. A diretoria pensava numa sede auto-sustentável, que permitisse a locação de espaços como forma de gerar renda. Coerente com essa posição, a proposta do Presidente Nelson Bittencourt era audaciosa: já que vamos pagar projeto, licença de construção e demais custos iniciais, partamos logo para a realização do sonho no seu melhor; os meios iremos conseguindo ao longo da caminhada. Os acabamentos, otimizações e eventuais alterações ao projeto ficariam para diretorias posteriores, conforme as disponibilidades, mas Bittencourt partiu para uma ‘ossada’ como se diz na gíria da profissão, de 1.200 m2. Tampouco na planta e na execução foram feitas concessões: contratou-se para o projeto o Escritório Studio Domo Arquitetura, de Roberto Rodrigues Simon, associado da ACE, sendo a construção confiada à Estrutura Engenharia Ltda., cujo responsável técnico e proprietário era o engenheiro Celso Francisco Ramos Fonseca, ex-presidente da ACE (1995/1999). Já no nascedouro, o único critério portanto, foi o da qualidade.”

A diretoria da ACE, fiel aos princípios desde sempre professados pela entidade, nomeou uma comissão de obras e uma ouvidoria, como forma de democratizar o acesso de todo e qualquer associado aos trâmites construtivos, permitindo que todos tivessem voz ativa no processo. Toda a parte estrutural foi concluída durante a administração de Bittencourt, cabendo as administrações seguintes, de Valmir Antunes da Silva em terceiro mandato e Abelardo Pereira Filho as finalizações e acabamentos, tais como o sistema de ar condicionado central, luminárias, cortinas, móveis, equipamentos, etc. Dessa forma a entidade, que já brilhava no cenário catarinense devido ao seu pioneirismo em defesa da importante classe profissional da engenharia, tornou-se ainda mais notória devido a belíssima sede que passou a possuir, uma casa digna de quem, entre outras tarefas, constrói casas!

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